terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Produção de lixo eletrônico cresce 3,3 milhões de toneladas no mundo

O crescimento do volume de resíduos eletrônicos começa a representar uma ameaça ao meio ambiente e à saúde pública – alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). O relatório divulgado em dezembro deste ano aponta que em 2016 foram produzidos 44.7 milhões de toneladas de lixo eletrônico, 3.3 milhões toneladas a mais, comparado a 2014, ano da última publicação. Até 2021, especialistas esperam um aumento de 17%, ou 52.2 milhões de toneladas.

Do montante produzido no último ano, apenas 20% ou 8.9 milhões de toneladas foram recicladas. Segundo o estudo produzido pelo Global E-Waste Monitor 2017, divulgado pela UIT, a UN University (UNU) e a International Solid Waste Association (ISWA), em meio ao lixo eletrônico se perde $55 bilhões de dólares em materiais que poderiam ser reutilizados, mas não são.

As baixas taxas de reciclagem podem afetar negativamente a economia. Em 2016, estima-se que depósitos de ouro, prata, platina, paládio e outros materiais reutilizáveis e de alto valor tenham se perdido devido à falta de reciclagem. O fenômeno se repete também no Brasil – em São Paulo, estado que mais gera lixo eletrônico do país, maior parte da população ainda desconhece o impacto ambiental que o descarte irregular de equipamentos velhos ou quebrados acarretam.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), São Paulo lidera a lista dos maiores geradores de e-lixo, com 448 mil toneladas ao ano, no entanto, pouco é encaminhado aos pontos de entrega voluntária espalhados pela cidade e que recebem este tipo de material ou entregue às cooperativas que fazem este trabalho gratuitamente – como a Coopermiti.

Localizada no bairro da Casa Verde, na capital, a cooperativa especializada em Lixo Eletrônico sente o impacto da falta de cuidado e divulgação do descarte regular de materiais – estoques de doações quase sempre baixos. Para conscientizar a população, a Coopermiti realiza atividades como palestras, visitas de escolas, participação em eventos para alertar sobre a necessidade de repensar o descarte de E-Lixo.

Estes equipamentos podem liberar materiais como Mercúrio, Cádmio, Cobre, Cromo, entre outros que, caso dispostos em aterros não licenciados e controlados, podem contaminar o solo e atingir o lençol freático, causando grande impacto ao meio ambiente e ao ser humano. De acordo com o mesmo relatório das Nações Unidas, com 53.6% das residências com acesso a internet no mundo todo, é imprescindível estabelecer políticas e legislações para gerenciar e possibilitar ações contra o desperdício de resíduos eletrônicos.

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